segunda-feira, 14 de maio de 2012

Greve Deflagrada!


A Assembleia de hoje, dia 14/05, ocorrida no miniauditório da UTFPR às 15h30min, teve presença de mais de 80 professores sindicalizados ou não. Todos se reuniram com um motivo em comum: a greve. Destes, mais de 60 deliberaram por iniciar a greve a partir do dia 17/05, quinta-feira próxima, com finalização indeterminada. 

O principal motivo de reivindicação da greve é o não cumprimento do acordo realizado em agosto de 2011 entre o sindicato nacional dos professores e o governo. O acordo previa um aumento de 4% à categoria e, ainda, acréscimo de gratificações aos aposentados (os quais não recebem aumento algum há anos). Todavia, o acordo firmado não foi cumprido por parte do governo, o que gerou indignação geral dos professores da rede federal de ensino. 

A última cartada do governo, comentada na Assembleia Extraordinária de hoje, foi propor uma medida provisória na última sexta-feira, 11/05, por intermédio do ministro Aloízio Mercadante (ministro da educação) e assinada em caráter de urgência pela presidente da república, Dilma Rousseff. Uma medida provisória, como o próprio nome já diz, é em caráter temporário, podendo durar alguns meses ou anos. Ou seja, em si, a medida provisória não revê a carreira docente, o que foi visto como mais uma afronta do governo para com esta categoria, a qual teve uma reunião no dia seguinte, em Brasília, para decidir os rumos da greve em nível nacional.

Assim, a grande maioria dos docentes reunidos na Assembleia deliberaram por iniciar a greve a partir do dia 17/05, seguindo o calendário nacional do Andes-SN. Hoje e amanhã, estão sendo realizadas as assembleias locais para a adesão ou não dos mais de 70 sindicatos de professores com representação efetiva na reunião ocorrida em Brasília no último dia 12/05. Desta maneira, o SINDUTF-PR está em concordância com a movimentação nacional, e suas próximas atitudes serão realizadas a partir do Comando de Greve, deliberado durante a assembleia ocorrida hoje. 

A partir de agora, as reuniões feitas não serão mais em caráter de SINDUTF-PR, mas sim de greve, aderindo a todos os professores da categoria, e não apenas aos sindicalizados. Outra equipe formada na reunião de hoje foi a Comissão de Ética, a qual tem responsabilidade de cuidar das movimentações em sentido de a greve não ser declarada ilegal. 

Vale ver, neste primeiro momento, quais são os professores que de fato vão aderir à greve, tendo em vista este ser um posicionamento altamente particular, ainda que impulsionado pelas forças sindicais. Ainda que alguns professores não venham a aderi-la e continuem dando aula, sejam por quais motivos forem, assim que o calendário for reajustado após o término da greve, nada garante que estes não terão que dar/repor aula, mesmo que já tenham cumprido suas horas: será necessário cumprir o que será estabelecido no novo calendário. Esta é uma questão que sempre gera controvérsias durante um movimento de greve, e precisa ser verificada juntamente ao professor e ao grupo sindical.

Algo que se sabe, todavia, é que os estágio obrigatórios não iram ser afetados. É-se entrado, normalmente no início das greves, com um pedido para que este continue, tendo em vista ser um acordo afirmado entre os alunos da universidade e por meio dela, para com a escola em que fazem o estágio. O que se precisa fazer, certamente, é uma mobilização por parte dos alunos, para que estes, contrários à greve, porém solidários aos motivos dela, pressionem ainda mais o governo. Nós, enquanto estudantes, queremos aula, e não paralisação.

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Anderson Spier Gomes
Assessor de Comunicação do Centro Acadêmico de Letras da UTFPR
Revisão: Marina Antunes Polak

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