A reunião acontecida no dia de hoje, 17 de maio de 2012, no miniauditório da UTFPR, trouxe novas informações sobre o andamento da greve. Fizeram-se presente em torno de 70 professores em exercício e aposentados da universidade além de representantes do GECEL e DCE.
Na entrada da reunião estavam distribuindo papéis com explicações legais sobre a adesão da greve. Assegurou-se, assim, que professores que se encontram em estágio probatório não irão sofrer danos, e, caso ocorra, há respaldo legal para protegê-los. O mesmo foi exposto em relação aos professores substitutos, questão que ainda gera polêmica entre a maior parte dos docentes, entretanto, de acordo com a lei, até mesmo professores substitutos estão protegidos em momento de greve caso haja aderência dos mesmos. Obviamente, a greve é de cunho particular no momento da adesão, ainda que represente a melhoria para o grupo como um todo.
Houve fala de professores, alunos , representantes das comissões e de professores em geral durante o primeiro momento. Vale lembrar que já havia sido montada a Comissão de Ética do Movimento Grevista, a qual é responsável em ver as questões legais da greve e quais os serviços que não podem parar. Nesse último quesito se encaixam turmas com formatura marcada, por exemplo, e bancas de TCC. A primeira reunião dessa comissão ocorrerá na próxima terça-feira, 21/05, ou seja, ainda não se sabe quais as aulas que continuarão a ser dadas durante a greve nem de que maneira isso será feito até que tal reunião ocorra. Já a Comissão de Imprensa do Movimento Grevista foi criada hoje, como meio de divulgação dos motivos da greve.
No momento das votações, o primeiro ponto de pauta foi o da suspensão do calendário acadêmico. Isso foi votado em unanimidade pelos docentes, entretanto não cabe a eles a determinação final, e sim ao Conselho Universitário. Para tanto, será encaminhada uma carta assinada pelo SINDUTF-PR, DCE e GECEL em nome do Movimento Grevista, pedindo para o reitor, presidente do conselho, suspender o calendário. Se isso de fato ocorrer, não haverá mais dias letivos para que os professores deem aulas, ou seja, ainda que o professor não tenha aderido à greve, as aulas ocorridas fora do calendário ficarão inválidas. Possivelmente haverá uma reunião em caráter extraordinário na próxima semana com os membros do Conselho Universitário para que deliberem quanto a suspensão ou não do calendário. Apesar de atrasar os conteúdos, a suspensão do calendário é benéfica por não haver perda de dias letivos durante o movimento de greve.
O segundo ponto de votação deliberado foi com relação à visibilidade que o movimento pretende ter. Haverá passeatas nas ruas, notas informativas nas redes de comunicação e possível visita à Brasília. A criação do Comissão de Imprensa foi o terceiro ponto da pauta, deliberado e composto também durante a reunião como meio de viabilizar a visibilidade da greve.
Agora, teremos que esperar pelas próximas decisões, principalmente a do Conselho Universitário com relação à suspensão ou não do calendário acadêmico. As resoluções tomadas pelo DCE serão apontadas em matéria posterior, juntamente com mais informações sobre o movimento grevista. Precisamos, sem sombra de dúvida, criar movimentos estudantis que exijam aula imediatamente para que a greve tenha seus objetivos alcançados, além de sermos solidários à necessidade de respeito da classe docente. Acreditar, todavia, que estamos de férias durante este momento de greve ficando alheios às movimentações para ter momentos teoricamente de descanso, representa, em mínima instância, falta de compreensão política e autoalienamento voluntário.
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Anderson Spier Gomes
Assessor de Comunicação do Centro Acadêmico de Letras da UTFPR
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